POESIA: 'As perguntas', de Felipe Ribeiro
Imagem: 'O Sono', de Salvador Dalí |
AS PERGUNTAS
Algumas perguntas precisam de respostas.
Talvez não possamos dá-las.
Ou Deus, criador do mistério.
Por mais palavras que descartemos
Com mãos de jogadores.
Ou Deus, criador do mistério.
Por mais palavras que descartemos
Com mãos de jogadores.
Outras não precisam.
Por não terem sido declaradas.
Talvez o trava-língua tenha sido o jogo
Da infância do chumbo e de Stálin.
Por não terem sido declaradas.
Talvez o trava-língua tenha sido o jogo
Da infância do chumbo e de Stálin.
Além: ainda não se sabe o que perguntar.
Certas perguntas não trazem questões.
Afirmam.
Não sabemos o que são perguntas de fato.
Certas perguntas não trazem questões.
Afirmam.
Não sabemos o que são perguntas de fato.
E conhecemos quem só pergunte,
dizia K., um amigo da repartição.
E também há quem não saiba como.
Perguntas não se perdem na floresta.
dizia K., um amigo da repartição.
E também há quem não saiba como.
Perguntas não se perdem na floresta.
Há algumas que ressuscitam.
Mas não conheci quem as fez.
A boa pergunta é volátil como preconceitos.
E nunca é inédita como a morte.
Mas não conheci quem as fez.
A boa pergunta é volátil como preconceitos.
E nunca é inédita como a morte.
O cão pergunta de fome.
O homem, por seu nome.
Quase sempre a intenção
Contém a própria resposta.
O homem, por seu nome.
Quase sempre a intenção
Contém a própria resposta.
Sem interrogações questões são postas.
Felipe Ribeiro
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