POESIA: 'Águas que despejam', de Brenda Sayão
Águas que despejam
Quando os barrancos foram despertados pela água
E o devastador soar das repetidas serenes
Invadiram meu poema preferido
Silenciosamente
A ventania me arrancou o mais bethânico sopro de vida:
Você
Desde então
A ausência parte o peito
Transborda as páginas daqueles livros
Da vitrola do alto da escada
Dos vinte e tantos recém chegados ciclos
E do nosso amado álbum em que o Milton
Insiste em cantarolar que os sonhos não envelhecem
Aliás
Esse clube da esquina te fez coração
E quando tudo estagnou
Senti que não era o fim
Afinal
Amarras e amores
Assim como os barcos
Ainda te farão ancorados a mim.
Brenda Sayão
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