POESIA: 'Águas que despejam', de Brenda Sayão

by - junho 02, 2021

 
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Águas que despejam

Quando os barrancos foram despertados pela água
E o devastador soar das repetidas serenes
Invadiram meu poema preferido
Silenciosamente
A ventania me arrancou o mais bethânico sopro de vida:
Você

Desde então
A ausência parte o peito
Transborda as páginas daqueles livros
Da vitrola do alto da escada
Dos vinte e tantos recém chegados ciclos
E do nosso amado álbum em que o Milton
Insiste em cantarolar que os sonhos não envelhecem

Aliás
Esse clube da esquina te fez coração
E quando tudo estagnou

Senti que não era o fim
Afinal
Amarras e amores
Assim como os barcos
Ainda te farão ancorados a mim.



                                                 Brenda Sayão

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