POESIA: 'Espelho', de Laura Luna
Imagem por Laura Luna |
ESPELHO
Uma mulher sentada na frente do espelho
sua imagem distorcida
confunde a ação do corpo
com um sinal de vida
sua fala é incoerente mas
como muitos outros absurdos de poemas
é como encenação teatral
sem sentido intercala sequências de sílabas
formando frases sem sentir
fazendo desenhos com seu corpo
registrando só o espelho
ela diz que as mulheres precisam cultivar dois
estômagos
um normal e o outro
apenas para suportar os frutos da violência em si
a superfície do corpo torna-se um carnaval
e a profundidade torna-se a gravidez histérica
quando foi que ela morreu?
não sei
mas ela foi condenada a carregar seu próprio cadáver
aonde quer que fosse
sua imagem distorcida
confunde a ação do corpo
com um sinal de vida
como muitos outros absurdos de poemas
é como encenação teatral
formando frases sem sentir
fazendo desenhos com seu corpo
registrando só o espelho
um normal e o outro
apenas para suportar os frutos da violência em si
e a profundidade torna-se a gravidez histérica
não sei
mas ela foi condenada a carregar seu próprio cadáver
aonde quer que fosse
Laura Luna
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