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POBRE MULHER
Ao contemplar tudo que vejo, me desespero em devaneio
Devaneio da alma
Chorosa por não reencontrar o seu amor perdido
Ou, talvez, não encontrar o seu amor pedido
Entardeceu...
E a tarde leva os ventos gelados que tu deixaste ao sumir
Ou, talvez, trouxeste por não aparecer
Poderia, eu, me contentar com o pouco que tenho?
Me abastecer com o "muito" que todos acham que preenchem?
Ah, grande perdida alma...
Por que não encontraste o teu amor verdadeiro?
Por que não abraçaste os ventos que de lá vieram?
Por que não interrompeste o orgulho deste teu pobre coração carrancudo?
Pobre mulher!
Ainda não aprendeste a valorizar tuas pobres migalhas?
Ou achas que tudo que te darão se resumirá em um banquete feito rainha?
Coloca o pé no chão, menina mulher!
Se tu não podes ser ao menos princesa, quem dirá rainha
Até teus sonhos e desejos maltratam tua alma
E eis que esta alma incompleta está
Apenas por não ter o que pensar...
Por ser pequena o bastante
Por chorar para esvaziar este teu coração cheio de tristezas ocultas
Por usufruir a solidão deste poço sem fundo.
Tá na hora de acordar, menina mulher!
Se tu não aprenderes agora, qual será o momento ideal?
Coloca essa força pra fora!
Grava de uma vez por todas em tua memória
Que a felicidade depende unicamente de ti.
Daiane.
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