POESIA: 'A Velha Senhora', de César Augusto Pereira

by - março 08, 2021

 

Imagem por César Augusto Pereira
 

A Velha Senhora

Altiva e sábia, ela tudo vê
A sentinela cansada
Dali observa, solitária
Tanta coisa errada
E nada pode fazer
 
De um lado descuido
Do outro descaso
E a velha senhora
Com seu farfalhar fluido
Entregue ao acaso

No seu corpo ainda resta
Resquícios dos talhos
Que o casal apaixonado
Naquele extinto passado 
Deixou em seus galhos
 
Não há mais o balanço
Onde o jovem menino
Sob seu galho grosso
Brincava, franzino
Com sorriso no rosto 

Hoje só resta saudade
Daqueles tempos de paz
Que natureza e cidade
Viviam em conjunto 
A recíproca de anos atrás 

E a velha senhora
Ainda respira, isolada
Um ar puro de nostalgia
Com seu tronco retorcido
E suas folhas amareladas


                                        César Augusto Pereira

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