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Nascente
Éramos unha e carne
Você
Entrelaçando minhas dobras
Pulsando em meu ventre
Fazia de mim corpo leve
Como brisa noturna de fim de verão
Memórias que retornam a ti
Naqueles carnavais lotados
Entre conversas da Rua do Ouvidor
Fecho os olhos e sinto seu toque tímido mais uma vez
Mas as estação não são eternas
Já era outono
E junto das folhas que se desprendem dos galhos
Fostes embora
Tua partida abriu em mim aquele tipo de ferida infantil
De quando você cai de bicicleta e rala o joelho
Sua pele parece nunca cicatrizar
Ela só se põe a chorar
Há dois invernos estou seca
Mas a vida é nascente
E a estação de cheias há de chegar outra vez
- Flora
1 comentários
Que lindo!
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