POESIA: 'Nascente', de Daniela Baiense Felix

by - junho 30, 2021

 

Imagem do Google Images

Nascente



Éramos unha e carne 

Você 

Entrelaçando minhas dobras 

Pulsando em meu ventre 

Fazia de mim corpo leve 

Como brisa noturna de fim de verão 


Memórias que retornam a ti 

Naqueles carnavais lotados 

Entre conversas da Rua do Ouvidor  

Fecho os olhos e sinto seu toque tímido mais uma vez


Mas as estação não são eternas

Já era outono 

E junto das folhas que se desprendem dos galhos

Fostes embora 


Tua partida abriu em mim aquele tipo de ferida infantil

De quando você cai de bicicleta e rala o joelho 

Sua pele parece nunca cicatrizar 

Ela só se põe a chorar


Há dois invernos estou seca 

Mas a vida é nascente 

E a estação de cheias há de chegar outra vez 


                  - Flora

Você pode gostar também

1 comentários